
As primeiras referências ao cyberbullying surgiram nos meados de 2002, mas as primeiras definições foram em 2003, pela advogada norte americana, Nancy Willard e pelo canadiano Bill Belsey, em 2005. Assume-se como uma variante do tradicional bullying.
O que é o Cyberbullying?
É um tipo de violência (bullying) que ocorre nos meios eletrónicos, com mensagens difamatórias ou ameaçadoras que circulam por emails, SMS, MSN, sites, blogs (diários virtuais), redes sociais (facebook, Hi5, etc) e telemóveis.
É quase uma extensão do que os adolescentes dizem e fazem na escola, mas com a agravante de que as pessoas envolvidas não estão cara-a-cara.
Praticar cyberbullying significa usar o espaço virtual para intimidar e hostilizar uma pessoa (colega de escola, professores, ou até mesmo desconhecidos), através da difamação, do insulto ou de atacar de forma covarde.
Etimologicamente, o termo é formado a partir da junção das palavras «cyber», palavra de origem inglesa e que é associada a todo o tipo de comunicação virtual usando os meios digitais, como internet, sendo um ato de intimidar ou humilhar alguém, conhecido como cyberbully.
Quando o bullying é presencial, o alvo é agredido psicologicamente, através de apelidos ou outros constrangimentos, ou ainda, através de agressões físicas por um atacante muito mais forte.
O cyberbullying é mais fácil para os agressores, porque podem fazê-lo de forma anónima nas diversas redes sociais, através de emails ou de «torpedos» com conteúdos ofensivos e caluniosos.
Dessa forma, o anonimato pode aumentar a crueldade dos comentários e das ameaças e os efeitos podem ser graves.
O autor, assim como o alvo, ambos têm dificuldade de sair do seu papel e retomar aos valores que foram esquecidos ou formar novos.
Esse tormento que é a agressão pela internet faz com que os adolescentes humilhados não se sintam seguros em lugar ou momento algum. Não se apercebem das armadilhas dos relacionamentos digitais. Para eles, tudo é real, tanto para fazer amigos como para comprar, aprender ou combinar um passeio, sejam mais fáceis pelas vias tecnológicas.
O cyberbullying pode surgir de vários tipos e formas:
- provocar - uso de linguagem vulgar e ofensiva
- perseguir ou assediar - envio repetido de mensagens desagradáveis
- denegrir - divulgar mexericos, mentiras, boatos sobre a vítima com o objectivo de destruir a imagem e a reputação da mesma
- personificar - passar-se pela vítima na ciberespaço ou usar o telemóvel para destruir o relacionamento com os seus amigos
- violar a intimidade - partilhar online os segredos, informações pessoas, fotografias, vídeos embaraçosas da vítima, excluir a vítima de um grupo online de forma cruel e propositada
- intimidar - envio de mensagens com insultos desagradáveis, com o objetivo de incutir medo ou intimidar a vítima.
Por meio de leis anti-cyberbullying que atualmente vigoram, os agressores anónimos podem ser descobertos e processados por calúnia e difamação, sendo obrigados a indemnizar a vítima.
O cyberbullying é um fenómeno recente e é praticado entre adolescentes, mas também ocorre com frequência entre adultos.
É importante que pais, professores e amigos da vítima de Cyberbullying estejam atentos aos sinais deste tipo de agressão, pois são muito similares com os do bullying, tais como:
- distúrbio do sono
- problemas de estômago
- transtornos alimentares
- irritabilidade
- depressão
- transtornos de ansiedade
- dor de cabeça
- falta de apetite
- isolamento
- decréscimo no rendimento escolar ou profissional ou aumento das horas de estudo
- não quer estar com os amigos e colegas
- não quer sair de casa
- não quer atender o telemóvel
- pensamentos destrutivos, como o desejo de morrer
- outros
Em casos extremos, algumas vitimas cyberbullying são atacadas de uma forma tão agressiva que são levadas a cometer suicídio. Muitos desses casos começam vídeos ou fotografias íntimas das vítimas são introduzidos na internet.
Para lidar com o cyberbulling ter-se-á de ter o mesmo cuidado preventivo do bullying e a dimensão dos seus efeitos deve sempre ser abordada para evitar a agressão na internet.
Trabalhar com a ideia de que nem sempre se consegue apagar o que foi parar à rede dá á turma a noção de como as piadas ou as provocações não são inofensivas.
O que se chama de brincadeira pode destruir a vida do outro. É da responsabilidade da escola abrir um espaço para discutir este novo fenómeno.
Caso o cyberbullying ocorra, é necessário, deixar evidente para os adolescentes podem confiar nos adultos que os cercam para contar sobre os casos sem medo de represálias, como a proibição do uso das redes sociais ou dos telemóveis, uma vez que terão a certeza de que vão encontrar ajuda. Mas, muitas vezes, os adolescentes não recorrem aos adultos porque acham que o problema vai piorar com a intervenção punitiva.
O que fazer para esta mais seguro?
Não existe uma solução para acabar com este fenómeno, devido á interação entre os pares e o impacto das novas tecnologias na nossa vida social e profissional. Contudo, existe alguns cuidados a ter de forma a reduzir os perigos dos ataques do cyberbullying:
- não deve disponibilizar informação privada
- não partilhar informações pessoais ou intimas
- não deve dar a palavra-passe a ninguém
- guardar os registos de todas as mensagens que recebe
- alterar a conta do correio eletrónico caso o cyberbullying persista
- não aceitar pedidos de amizade com conteúdos inadequados. Aceitar apenas os pedidos de utilizadores que conhece pessoalmente
- modificar o estado do perfil para privado
- não publicar informações relacionadas com outros utilizadores
- falar de forma educada aos contactos
- não responder a nenhuma ameaça ou incitação de ódio
O Cyberbullying é um fenómeno preocupante e que pode atingir uma família, e que pode levar a graves consequências. Dever-se-á numa primeira fase a prevenção dentro do mundo familiar e depois a escola. A prevenção é impedir que os bullies continuem a prejudicar a comunidade familiar e escolar, fazendo com que percam a força e poder. Deverá haver união para que este fenómeno seja minimizado.
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