terça-feira, 27 de outubro de 2015

Adolescência - aprender a viver juntos







A chamada família não existe. Cada família faz as suas próprias regras e traça as suas próprias linhas de conduta, segundo as personalidades envolvidas. Há, contudo certos estilos de educação que parecem contribuir para uma convivência mais livre de atritos para pais e filhos, isso aplica-se durante a adolescência. 



«Todas as famílias felizes se parecem umas com as outras, mas cada família infeliz é infeliz à sua maneira». ( Leão Tolstoy, Anna Karenina)









Assim sendo, temos:
  • pais autoritários 
  • pais despreocupados
  • pais firmes mas justos
Certos pais são muito melhores que outros a lidar com os problemas e a enfrentar o stress. Isso irá, afetar a forma como as pessoas reagem: os jovens que são irritadiços ou difíceis durante a infância não têm grandes hipóteses de mudar grandemente na adolescência. 

O que se deverá fazer?
  • não ser critico
  • não comparar o filho com outro
  • fazer tudo o que for possível para fomentar a auto-estima
  • lembrar que um dos bens mais valiosos é a família, onde dever-se-á falar uns com os outros, expressar os sentimentos e explicar a razão de certos comportamentos
A convivência implica, caso se aplique, conviver com irmãos. E se surge rivalidade entre eles? É normal que surja devido ao ciúme. Este é uma das principais causas das discussões familiares. Quando as tensões surgem haverá necessidade de apaziguar as brigas/discussões com delicadeza e tato:
  • não culpabilizar sempre e automaticamente o adolescente
  • não envolver-se demasiado
  • não tomar partido
  • usar um período de acalmia, para depois mais tarde falar-se do problema
  • descobrir o motivo por que,  aparentemente, o filho com quem discute é sempre o mesmo
  • não deixar de dar afeto
  • dar valor a cada filho com indivíduo
Na mesma família, os filhos são pessoas diferentes. Poderão ter necessidades diferentes e são bons em coisas diferentes. A vida familiar será particularmente difícil para um jovem que não enquadra na imagem, esperanças ou sonhos que os pais sempre tiveram para os seus filhos. É importante ajudar e descobrir algo em que possam sentir que são bons e demonstrar o orgulho dos seus êxitos. 

Escutar os filhos fá-los sentirem que o que têm a dizer é importante e que, pelo menos, percebem o ponto de vista deles e avaliam as suas dificuldades. Os adolescentes que se queixam «eles nunca me ouvem» sentem-se impotentes e frustrados, procurando formas de transmitir os seus sentimentos através de meios menos aceitáveis do que falar sobre o que sentem aos pais.
Arranjar tempo para falar dos problemas e queixas é uma das funções dos pais. Poderá não ser fácil, mas uma família com diferentes personalidades também não é fácil de lidar, a persistência e a paciência são duas armas que poderão ajudar os pais a alcançar a confiança dos filhos. 

A vida familiar pode ser caótica se toda a gente fizer as coisas de maneira diferente e em alturas diferentes, é devido a isto que todas as famílias têm regras de «convivência» que são em geral aceites por todos pela simples razão de tornar a vida familiar mais ordenada. Contudo, certas questões necessitam, de regras austeras, pois podem afetar a própria saúde e segurança do adolescente (por exemplo: fumar faz mal à saúde, não beber bebidas alcoólicas). Mas se tudo for proibido ou censurado, as regras acabarão por ser infringidas e provocam apenas ressentimentos tanto para os pais como para os filhos. 

O que fazer?
  • reduzir as regras ao mínimo mas torná-las mais claras
  • não esperar que o adolescente cumpra todas as regras ao qual os pais na idade dele também não cumpriram, contudo mostrar-lhes que as leis devem ser levadas a sério e devem ser cumpridas
  • deixar que o adolescente tenha algum espaço de manobra, para que ele possa agir de forma responsável
Todas as famílias têm regras. Mas porque razão os pais criam regras e até que ponto são necessárias?
  • Os pais querem a segurança do filho
  • Os pais preocupam-se com o bem estar do adolescente
  • Os pais sentem-se responsáveis pelo adolescente
  • Os pais querem que o lar onde vivem seja confortável e acolhedor
  • Os pais, ás vezes, não sabem o que fazer
  • Os pais gostam de sentir o controlo
Embora as crianças pequenas partilhem o que pensam e sentem com bastante facilidade, os adolescentes muitas vezes não são assim tão comunicativos.
É preciso fazer um esforço para conservar abertos os canais de comunicação com alguém que está determinado a manter a distância. Mas é fundamental que continue a falar e a escutar. Uma falha de comunicação tanto deve-se à incapacidade de uma pessoa para ouvir como à inabilidade da outra para falar. 

O que fazer?
  • aprender a ouvir
  • estar pronto para responder
  • pedir deves em quando conselhos
  • manter o espírito aberto 
  • não estar sempre a protegê-los
  • refira-se tanto aos sentimentos como aos fatos
A maioria dos problemas que as crianças têm ao crescerem e tornarem-se independentes surge devido ao desejo natural dos pais de protegerem o seu filho/filha. Uma parte da função dos pais é dar aos adolescentes a liberdade de experimentarem viver fora do ambiente familiar, mas assegurar-se de que, com isso não venham a sofrer quaisquer danos. «Porque é que me tratas como uma criança?», «Porque é que tens sempre de interferir?», «Porque não me deixas em paz?», são protestos sentidos que qualquer pai ouvirá durante uma tentativa bem intencionada de estabelecer um equilíbrio. Uma das dificuldades para os pais é que a maturidade emocional e social não vem a par e passo com o desenvolvimento físico.

É da natureza dos adolescentes exigir mais liberdade do que a que julgam que vão ter. Os pais não devem hesitar em dar de vez em quando um «não» inequívoco e não negociável.  

Os adolescentes são extremamente sensíveis a qualquer insinuação de que não sejam totalmente capazes de organizar as suas próprias vidas. Acusam os pais de estarem a interferir quando lhes dão orientações ou conselhos, ou se fazem perguntas acerca das atividades e das companhias, ou se tecem comentários a respeito dos estado em que encontra o quarto ou a secretária. É importante lembrar que a função do pai é incentivar o filho a tornar-se adulto e não mantê-lo como criança. 

Há formas eficazes para o fazer:
  • torná-lo financeiramente responsável, utilizando a mesada
  • estimular as relações dele com os amigos e o seu envolvimento em atividades fora do meio familiar
  • incentivá-lo a ir em visitas de estudo, ou outras atividades
  • dar-lhe responsabilidades em casa
  • combinar as áreas nas quais tenciona «interferir»
  • admita as suas limitações
  • deixá-lo tomar as suas próprias decisões
  • deixá-lo assumir as consequências das decisões
  • estar disponível para dar conselhos quando lhe pedir
No início da adolescência, a auto-estima depende muito dos amigos. As pessoas desta idade ainda não se sentem suficientemente seguras para acreditarem que os amigos gostam delas como são e sabem que o aspeto físico desempenha um papel importante. Deve-se entender que é escusado tentar convencer qualquer adolescente de que a aparência não interessa. Para os adolescentes interessa e muito. É inegável, que os jovens mais atraentes são os mais populares e que os pouco atrativos são os que tendem a ser os mais impopulares. Por isso, mesmo que custe a um pai acreditar que as borbulhas, o cabelo encaracolado ou outros problemas na aparência do adolescente lhe está a dar cabo da vida, eles são, na realidade, problemas importantes. É necessário que os pais levem a sério e façam o que puderem para ajudar o adolescente a ultrapassar esses problemas. É preciso uma grande dose de autoconfiança maior do que aquela que a maioria dos adolescentes possuem para causar uma boa impressão nos outros.


Concluindo:
O melhor que se pode aprender com os membros da família é como fazer que cada um deles se sinta valorizado. A família é um sistema dinâmico: cada relação é diferente, pois todas as personalidades são diferentes. 
Ouvir é a ferramenta mais poderosa que os pais possuem, devem usá-la de forma a fazer com que o adolescente possa dizer o que sente e o que o motiva a sentir-se daquela maneira. 
Os adolescentes têm um forte sentido de equidade e justiça. Não respeitam nem cumprem as leis caso detetarem nelas hipocrisia ou dualidade. 
A desarrumação enfurece quase todos os pais que a consideram uma falta de consideração e irresponsabilidade. Para um adolescente, que os pais não esqueçam, o quarto é o espaço só seu. 
Os pais discordam muitas vezes dos adolescentes que teimam em fazer os trabalhos de casa enquanto ouvem música, mas a responsabilidade é dos adolescentes e não dos pais. 
A família que sempre se orgulhou de ser muito unida pode fazer com que os adolescentes tenham dificuldade em separar-se dela; e talvez tornem-se para eles mais difícil fazer amigos.  
Para os adolescentes, as aparências contam muito e a maquilhagem (nas meninas) é uma forma de adquirirem confiança. Os pais devem ser cuidadosos nos comentários. 
A adolescência é a fase mais complicada que os pais terão de enfrentar. Não existem receitas, nem medicamentos para acabar com a rebeldia dos adolescentes, mas existe o saber ouvir será um caminho que os pais terão de percorrer com paciência. 


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