terça-feira, 27 de outubro de 2015

Adolescência - aprender a viver juntos







A chamada família não existe. Cada família faz as suas próprias regras e traça as suas próprias linhas de conduta, segundo as personalidades envolvidas. Há, contudo certos estilos de educação que parecem contribuir para uma convivência mais livre de atritos para pais e filhos, isso aplica-se durante a adolescência. 



«Todas as famílias felizes se parecem umas com as outras, mas cada família infeliz é infeliz à sua maneira». ( Leão Tolstoy, Anna Karenina)









Assim sendo, temos:
  • pais autoritários 
  • pais despreocupados
  • pais firmes mas justos
Certos pais são muito melhores que outros a lidar com os problemas e a enfrentar o stress. Isso irá, afetar a forma como as pessoas reagem: os jovens que são irritadiços ou difíceis durante a infância não têm grandes hipóteses de mudar grandemente na adolescência. 

O que se deverá fazer?
  • não ser critico
  • não comparar o filho com outro
  • fazer tudo o que for possível para fomentar a auto-estima
  • lembrar que um dos bens mais valiosos é a família, onde dever-se-á falar uns com os outros, expressar os sentimentos e explicar a razão de certos comportamentos
A convivência implica, caso se aplique, conviver com irmãos. E se surge rivalidade entre eles? É normal que surja devido ao ciúme. Este é uma das principais causas das discussões familiares. Quando as tensões surgem haverá necessidade de apaziguar as brigas/discussões com delicadeza e tato:
  • não culpabilizar sempre e automaticamente o adolescente
  • não envolver-se demasiado
  • não tomar partido
  • usar um período de acalmia, para depois mais tarde falar-se do problema
  • descobrir o motivo por que,  aparentemente, o filho com quem discute é sempre o mesmo
  • não deixar de dar afeto
  • dar valor a cada filho com indivíduo
Na mesma família, os filhos são pessoas diferentes. Poderão ter necessidades diferentes e são bons em coisas diferentes. A vida familiar será particularmente difícil para um jovem que não enquadra na imagem, esperanças ou sonhos que os pais sempre tiveram para os seus filhos. É importante ajudar e descobrir algo em que possam sentir que são bons e demonstrar o orgulho dos seus êxitos. 

Escutar os filhos fá-los sentirem que o que têm a dizer é importante e que, pelo menos, percebem o ponto de vista deles e avaliam as suas dificuldades. Os adolescentes que se queixam «eles nunca me ouvem» sentem-se impotentes e frustrados, procurando formas de transmitir os seus sentimentos através de meios menos aceitáveis do que falar sobre o que sentem aos pais.
Arranjar tempo para falar dos problemas e queixas é uma das funções dos pais. Poderá não ser fácil, mas uma família com diferentes personalidades também não é fácil de lidar, a persistência e a paciência são duas armas que poderão ajudar os pais a alcançar a confiança dos filhos. 

A vida familiar pode ser caótica se toda a gente fizer as coisas de maneira diferente e em alturas diferentes, é devido a isto que todas as famílias têm regras de «convivência» que são em geral aceites por todos pela simples razão de tornar a vida familiar mais ordenada. Contudo, certas questões necessitam, de regras austeras, pois podem afetar a própria saúde e segurança do adolescente (por exemplo: fumar faz mal à saúde, não beber bebidas alcoólicas). Mas se tudo for proibido ou censurado, as regras acabarão por ser infringidas e provocam apenas ressentimentos tanto para os pais como para os filhos. 

O que fazer?
  • reduzir as regras ao mínimo mas torná-las mais claras
  • não esperar que o adolescente cumpra todas as regras ao qual os pais na idade dele também não cumpriram, contudo mostrar-lhes que as leis devem ser levadas a sério e devem ser cumpridas
  • deixar que o adolescente tenha algum espaço de manobra, para que ele possa agir de forma responsável
Todas as famílias têm regras. Mas porque razão os pais criam regras e até que ponto são necessárias?
  • Os pais querem a segurança do filho
  • Os pais preocupam-se com o bem estar do adolescente
  • Os pais sentem-se responsáveis pelo adolescente
  • Os pais querem que o lar onde vivem seja confortável e acolhedor
  • Os pais, ás vezes, não sabem o que fazer
  • Os pais gostam de sentir o controlo
Embora as crianças pequenas partilhem o que pensam e sentem com bastante facilidade, os adolescentes muitas vezes não são assim tão comunicativos.
É preciso fazer um esforço para conservar abertos os canais de comunicação com alguém que está determinado a manter a distância. Mas é fundamental que continue a falar e a escutar. Uma falha de comunicação tanto deve-se à incapacidade de uma pessoa para ouvir como à inabilidade da outra para falar. 

O que fazer?
  • aprender a ouvir
  • estar pronto para responder
  • pedir deves em quando conselhos
  • manter o espírito aberto 
  • não estar sempre a protegê-los
  • refira-se tanto aos sentimentos como aos fatos
A maioria dos problemas que as crianças têm ao crescerem e tornarem-se independentes surge devido ao desejo natural dos pais de protegerem o seu filho/filha. Uma parte da função dos pais é dar aos adolescentes a liberdade de experimentarem viver fora do ambiente familiar, mas assegurar-se de que, com isso não venham a sofrer quaisquer danos. «Porque é que me tratas como uma criança?», «Porque é que tens sempre de interferir?», «Porque não me deixas em paz?», são protestos sentidos que qualquer pai ouvirá durante uma tentativa bem intencionada de estabelecer um equilíbrio. Uma das dificuldades para os pais é que a maturidade emocional e social não vem a par e passo com o desenvolvimento físico.

É da natureza dos adolescentes exigir mais liberdade do que a que julgam que vão ter. Os pais não devem hesitar em dar de vez em quando um «não» inequívoco e não negociável.  

Os adolescentes são extremamente sensíveis a qualquer insinuação de que não sejam totalmente capazes de organizar as suas próprias vidas. Acusam os pais de estarem a interferir quando lhes dão orientações ou conselhos, ou se fazem perguntas acerca das atividades e das companhias, ou se tecem comentários a respeito dos estado em que encontra o quarto ou a secretária. É importante lembrar que a função do pai é incentivar o filho a tornar-se adulto e não mantê-lo como criança. 

Há formas eficazes para o fazer:
  • torná-lo financeiramente responsável, utilizando a mesada
  • estimular as relações dele com os amigos e o seu envolvimento em atividades fora do meio familiar
  • incentivá-lo a ir em visitas de estudo, ou outras atividades
  • dar-lhe responsabilidades em casa
  • combinar as áreas nas quais tenciona «interferir»
  • admita as suas limitações
  • deixá-lo tomar as suas próprias decisões
  • deixá-lo assumir as consequências das decisões
  • estar disponível para dar conselhos quando lhe pedir
No início da adolescência, a auto-estima depende muito dos amigos. As pessoas desta idade ainda não se sentem suficientemente seguras para acreditarem que os amigos gostam delas como são e sabem que o aspeto físico desempenha um papel importante. Deve-se entender que é escusado tentar convencer qualquer adolescente de que a aparência não interessa. Para os adolescentes interessa e muito. É inegável, que os jovens mais atraentes são os mais populares e que os pouco atrativos são os que tendem a ser os mais impopulares. Por isso, mesmo que custe a um pai acreditar que as borbulhas, o cabelo encaracolado ou outros problemas na aparência do adolescente lhe está a dar cabo da vida, eles são, na realidade, problemas importantes. É necessário que os pais levem a sério e façam o que puderem para ajudar o adolescente a ultrapassar esses problemas. É preciso uma grande dose de autoconfiança maior do que aquela que a maioria dos adolescentes possuem para causar uma boa impressão nos outros.


Concluindo:
O melhor que se pode aprender com os membros da família é como fazer que cada um deles se sinta valorizado. A família é um sistema dinâmico: cada relação é diferente, pois todas as personalidades são diferentes. 
Ouvir é a ferramenta mais poderosa que os pais possuem, devem usá-la de forma a fazer com que o adolescente possa dizer o que sente e o que o motiva a sentir-se daquela maneira. 
Os adolescentes têm um forte sentido de equidade e justiça. Não respeitam nem cumprem as leis caso detetarem nelas hipocrisia ou dualidade. 
A desarrumação enfurece quase todos os pais que a consideram uma falta de consideração e irresponsabilidade. Para um adolescente, que os pais não esqueçam, o quarto é o espaço só seu. 
Os pais discordam muitas vezes dos adolescentes que teimam em fazer os trabalhos de casa enquanto ouvem música, mas a responsabilidade é dos adolescentes e não dos pais. 
A família que sempre se orgulhou de ser muito unida pode fazer com que os adolescentes tenham dificuldade em separar-se dela; e talvez tornem-se para eles mais difícil fazer amigos.  
Para os adolescentes, as aparências contam muito e a maquilhagem (nas meninas) é uma forma de adquirirem confiança. Os pais devem ser cuidadosos nos comentários. 
A adolescência é a fase mais complicada que os pais terão de enfrentar. Não existem receitas, nem medicamentos para acabar com a rebeldia dos adolescentes, mas existe o saber ouvir será um caminho que os pais terão de percorrer com paciência. 


terça-feira, 20 de outubro de 2015

O insucesso escolar


O que é o insucesso escolar?

Insucesso escolar entende-se por uma grande dificuldade de uma criança com resultados abaixo do nível mínimo de educação esperada para sua idade.
Certas crianças são intelectualmente dotadas e outras não. Poderá a criança ter uma personalidade simpática, sem qualquer tipo de problemas psicológicos mas que não consegue, muito simplesmente, aprender e acha difícil agarrar-se aos livros. 

Os problemas da criança são derivados do domínio da linguagem tanto oral como escrita. É óbvio que toda a criança que manifeste falhas na compreensão da leitura e na expressão escrita, reflete em classificações baixas e aproveitamento insuficiente para superar o êxito dos anos de escolaridade. 
Como a aprendizagem se faz por meio da comunicação, é da maior importância o domínio da compreensão e expressão oral. 
Outra fonte de problemas provém do domínio da linguagem matemática, em que se inclui o número, as quantidades, os sinais, as relações, as representações espaciais, etc.

Qualquer criança pode sofrer regressões periódicas, isto é, comportamentos mais infantis que os correspondentes à sua idade, com perda ou diminuição de algum dos avanços já conseguidos. É natural que passe por confusões transitórias, que a tornem mais dependente, barulhenta e agressiva, menos capaz de suportar as pressões educativas.

Fatores do insucesso escolar:
  • ambiente familiar e social
  • ambiente cultural
  • estrutura escolar
  • caraterísticas individuais do aluno

No ambiente familiar costumam ser considerados como confusos, preguiçosos, distraídos, incapazes de concentra-se nas tarefas que têm de realizar, em suma, sem interesse, nem responsabilidade. Estas crianças sofrem, uma forte pressão ambiental, em que se misturam lisonjas, promessas ou ameaças. São frequentes as expressões como: «Se não estudas, não vês televisão», «Se não fazes os trabalhos de casa, não vais comigo a...», «Se não aprendes, quando fores grandes serás um...», «Se passares de ano, damos-te ...».
Geralmente, são obrigadas a ter «explicações», sob orientação de um professor particular. Este queixa-se do pouco esforço do aluno, do seu desinteresse, da sua instabilidade, da incapacidade de fornecer informações sobre o trabalho de casa (temas a estudar, tarefas marcadas, datas das avaliações...).
Também é corrente a afirmação de que o aluno não tem bases e que se vê impossibilitado de o recuperar no pouco tempo de que tem na sua aula de apoio. Na escola as situações são semelhantes e acrescidas, ou seja, problemas de comportamento, indisciplina, atitudes e gestos que têm a finalidade de chamar atenção.

Comportamentos típicos de crianças com insucesso escolar:
  • desassossego: hiperatividade, distração
  • pouca tolerância à frustração: incapacidade de aceitar um insucesso ou uma crítica, hipersensibilidade
  • irritabilidade:pouco controlo interior, impulsividade, birras
  • ansiedade: tensão, constrangimentos
  • retraimento: passividade, apatia, depressão
  • agressividade: comportamento destrutivo, murros, mordidelas, pontapés
  • procura constante de atenção: absorvente, controlador, impertinente
  • rebeldia: desafio à autoridade, falta de cooperação
  • distúrbios somáticos: gestos nervosos, dores de cabeça, dores de estômago, tiques, chupar no dedo, tamborilar com os dedos, bater com os pés, puxar ou enrolar o cabelo
  • comportamento esquizóide: passar despercebido, falar sozinho, contacto com realidade desorganizado e fraco, comportamento estranho
  • comportamento delinquente: roubar, provocar incêndios
  • autismo: incapacidade de relacionar-se com os outros, inflexibilidade extrema, inadaptação, incapacidade de aprender pela experiência, falta de afeto, incapacidade de comunicar verbalmente
A vivência do insucesso escolar é sentida como uma ameaça, como um perigo interior, como uma fonte de sofrimento de que precisa defender-se. O insucesso escolar costuma estar associado à inteligência do aluno e à sua capacidade mental. 

Quando se pensa em ajudar os pais para prestar apoio à criança com insucesso escolar, ocorre uma série de considerações importantes e que dependerá da eficácia da ação familiar.
Não há receitas! 
Isto porque, cada criança, cada família e cada situação são peculiares e singulares, com modos e formas de relação muito pessoais. Todos são diferentes, desde a identidade até ás vivências. 
Ajudar os pais não quer dizer transformá-los em professores, nem tão pouco sobrecarregá-los dos problemas recorrentes no ensino, caso acontecesse, poder-se-ia em causa a função dos pais, tornando-os ineficazes. É bom que a criança transfira parte dos seus conflitos para ambientes não familiares, ou seja, para uma comunidade escolar que os suporte e controle. 
Os pais devem ser pais e os professores devem ser professores. 
Em determinados momentos, os pais podem ajudar os filhos nas tarefas escolares, interessar-se por elas, comunicarem através dos trabalhos e da atividade escolar, mas sem assumirem a função de professor particular. 

Meios para enfrentar o insucesso escolar:
  • auto-estima (confiança e segurança em si mesmo, sentir-se bom e prestigiado)
  • domínio dos impulsos (normas de comportamento, regras)
  • domínio do símbolo (motricidade, representação simbólica, descarga de tensão)
Uma das condições essenciais para que a criança possa enfrentar com êxito as várias dificuldades que estão presentes no seu processo de crescimento e que ocupam um lugar de relevo as dificuldades escolares, é ter assimilado o próprio EU em forma de auto-estima. Ou seja, que tenha encontrado a sua identidade, sentimentos bondade, de mérito, de confiança em si mesmo, nos pais e em todas as pessoas que fazem parte do seu mundo. 
Há que ter em conta que o insucesso e a impotência não são só da criança, mas de todo o meio que a rodeia e de que espera ajuda. 
Vejamos alguns padrões de comportamento que podem ser considerados como dinamizadores para superar o insucesso escolar. 
  • atitude de paciência - «dar tempo ao tempo»
  • atitude de observação
  • apoiar a confiança em si mesmo
  • participação da criança no grupo - tarefas domésticas ou atividades do grupo familiar
  • o jogo como atividade criadora - converte dificuldade em êxito; representação de papéis; converte a agressividade em atividade socialmente aceite; controlo do medo; disciplina social
  • conhecimento do mundo infantil - a criança tem os seus interesses que revela nas suas preferências de leitura, nos programas televisivos, nos jogos, no relacionamento com os colegas. Aqui o adulto deve saber que estes aspetos podem facilitar a comunicação e o intercâmbio educativo. 
Resumindo, a colaboração contínua entre pais e professores é um caminho a percorrer para construir o sucesso escolar, não esquecendo de que não existem receitas, mas sim entreajuda, paciência e colaboração para com a criança.É necessário que a comunidade familiar e escolar consigam trabalhar em conjunto em função da criança, para que este consiga superar todos os obstáculos que se vai deparando no seu dia-a-dia.  



















quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Cyberbullying um novo fenómeno nas redes sociais


As primeiras referências ao cyberbullying surgiram nos meados de 2002, mas as primeiras definições foram em 2003, pela advogada norte americana, Nancy Willard e pelo canadiano Bill Belsey, em 2005. Assume-se como uma variante do tradicional bullying.

O que é o Cyberbullying?
É um tipo de violência (bullying) que ocorre nos meios eletrónicos, com mensagens difamatórias ou ameaçadoras que circulam por emails, SMS, MSN, sites, blogs (diários virtuais), redes sociais (facebook, Hi5, etc) e telemóveis. 
É quase uma extensão do que os adolescentes dizem e fazem na escola, mas com a agravante de que as pessoas envolvidas não estão cara-a-cara.

Praticar cyberbullying significa usar o espaço virtual para intimidar e hostilizar uma pessoa (colega de escola, professores, ou até mesmo desconhecidos), através da difamação, do insulto ou de atacar de forma covarde. 

Etimologicamente, o termo é formado a partir da junção das palavras «cyber», palavra de origem inglesa e que é associada a todo o tipo de comunicação virtual usando os meios digitais, como internet, sendo um ato de intimidar ou humilhar alguém,  conhecido como cyberbully.

Quando o bullying é presencial, o alvo é agredido psicologicamente, através de apelidos ou outros constrangimentos, ou ainda, através de agressões físicas por um atacante muito mais forte. 

O cyberbullying é mais fácil para os agressores, porque podem fazê-lo de forma anónima nas diversas redes sociais, através de emails ou de «torpedos» com conteúdos ofensivos e caluniosos. 
Dessa forma, o anonimato pode aumentar a crueldade dos comentários e das ameaças e os efeitos podem ser graves. 
O autor, assim como o alvo, ambos têm dificuldade de sair do seu papel e retomar aos valores que foram esquecidos ou formar novos.

Esse tormento que é a agressão pela internet faz com que os adolescentes humilhados não se sintam seguros em lugar ou momento algum. Não se apercebem das armadilhas dos relacionamentos digitais. Para eles, tudo é real, tanto para fazer amigos como para comprar, aprender ou combinar um passeio, sejam mais fáceis pelas vias tecnológicas. 

O cyberbullying pode surgir de vários tipos e formas:
  • provocar - uso de linguagem vulgar e ofensiva
  • perseguir ou assediar - envio repetido de mensagens desagradáveis
  • denegrir - divulgar mexericos, mentiras, boatos sobre a vítima com o objectivo de destruir a imagem e a reputação da mesma
  • personificar - passar-se pela vítima na ciberespaço ou usar o telemóvel para destruir o relacionamento com os seus amigos
  • violar a intimidade - partilhar online os segredos, informações pessoas, fotografias, vídeos embaraçosas da vítima, excluir a vítima de um grupo online de forma cruel e propositada
  • intimidar - envio de mensagens com insultos desagradáveis, com o objetivo de incutir medo ou intimidar a vítima.


Por meio de leis anti-cyberbullying que atualmente vigoram, os agressores anónimos podem ser descobertos e processados por calúnia e difamação, sendo obrigados a indemnizar a vítima. 

O cyberbullying é um fenómeno recente e é praticado entre adolescentes, mas também ocorre com frequência entre adultos.

É importante que pais, professores e amigos da vítima de Cyberbullying estejam atentos aos sinais deste tipo de agressão, pois são muito similares com os do bullying, tais como: 
  • distúrbio do sono
  • problemas de estômago
  • transtornos alimentares
  • irritabilidade
  • depressão
  • transtornos de ansiedade
  • dor de cabeça
  • falta de apetite
  • isolamento
  • decréscimo no rendimento escolar ou profissional ou aumento das horas de estudo
  • não quer estar com os amigos e colegas
  • não quer sair de casa
  • não quer atender o telemóvel
  • pensamentos destrutivos, como o desejo de morrer
  • outros
Em casos extremos, algumas vitimas cyberbullying são atacadas de uma forma tão agressiva que são levadas a cometer suicídio. Muitos desses casos começam vídeos ou fotografias íntimas das vítimas são introduzidos na internet.

Para lidar com o cyberbulling ter-se-á de ter o mesmo cuidado preventivo do bullying e a dimensão dos seus efeitos deve sempre ser abordada para evitar a agressão na internet. 
Trabalhar com a ideia de que nem sempre se consegue apagar o que foi parar à rede dá á turma a noção de como as piadas ou as provocações não são inofensivas. 
O que se chama de brincadeira pode destruir a vida do outro. É da responsabilidade da escola abrir um espaço para discutir este novo fenómeno.

Caso o cyberbullying ocorra, é necessário, deixar evidente para os adolescentes podem confiar nos adultos que os cercam para contar sobre os casos sem medo de represálias, como a proibição do uso das redes sociais ou dos telemóveis, uma vez que terão a certeza de que vão encontrar ajuda.  Mas, muitas vezes, os adolescentes não recorrem aos adultos porque acham que o problema vai piorar com a intervenção punitiva. 

O que fazer para esta mais seguro?

Não existe uma solução para acabar com este fenómeno, devido á interação entre os pares e o impacto das novas tecnologias na nossa vida social e profissional. Contudo, existe alguns cuidados a ter de forma a reduzir os perigos dos ataques do cyberbullying:

  • não deve disponibilizar informação privada
  • não partilhar informações pessoais ou intimas
  • não deve dar a palavra-passe a ninguém
  • guardar os registos de todas as mensagens que recebe
  • alterar a conta do correio eletrónico caso o cyberbullying persista
  • não aceitar pedidos de amizade com conteúdos inadequados. Aceitar apenas os pedidos de utilizadores que conhece pessoalmente
  • modificar o estado do perfil para privado
  • não publicar informações relacionadas com outros utilizadores
  • falar de forma educada aos contactos
  • não responder a nenhuma ameaça ou incitação de ódio


O Cyberbullying é um fenómeno preocupante e que pode atingir uma família, e que pode levar a graves consequências. Dever-se-á numa primeira fase a prevenção dentro do mundo familiar e depois a escola. A prevenção é impedir que os bullies continuem a prejudicar a comunidade familiar e escolar, fazendo com que percam a força e poder. Deverá haver união para que este fenómeno seja minimizado. 







































terça-feira, 13 de outubro de 2015

Bullying na Educação Infantil - É possível?


Se existe bullying na Educação Infantil
Sim, se houver a intenção de ferir ou humilhar o colega repetidas vezes.

Todos os pais devem ter em conta que os problemas com que se deparam as crianças quando entram na escola costumam ter origem muito antes dos três anos. 

Observa-se a agressividade na educação infantil a partir de inúmeras cenas que encontramos no quotidiano escolar e, até mesmo no meio familiar. 

A agressividade pode ser hostil, com a intenção de magoar ou de ser cruel com alguém, seja física ou verbalmente. Ou ainda pode aparecer com o intuito de conquistar uma recompensa, sem desejar o mal do outro. 

A agressividade surge ainda em reação a uma frustração. As birras, as gritarias e os chutos. Comportamento comum, mas que existe a necessidade de ser amenizado até extinguido, com o intuito de explicar à criança que não é um comportamento adequado. 

Outro aspeto fundamental ao desenvolvimento do comportamento agressivo é o meio ambiente em que a criança está inserida: família, escola, estímulos recebidos por meios de comunicação, e fatores inatos como sexo e hereditariedade. 

É essencial saber discernir quando um comportamento agressivo é passageiro, por motivos temporários, como o nascimento de um irmão, hospitalização ou a perda de um ente querido, mudança de casa ou escola. Pode ser considerado como um transtorno de conduta, caso em que será necessário um acompanhamento de um especialista para auxiliar e acabar com o problema. Se não dermos a devida importância nesta fase as atitudes poderão evoluir de forma prejudicial na adolescência e na vida adulta.

A diferença de sexo também pode indicar um aspeto da agressividade. Diversas investigações apontam que as raparigas evoluem precocemente, em relação aos rapazes para adaptarem-se em grupos e socializarem-se com maior facilidade. Os rapazes tendem a apresentar mais problemas para adaptação social. 

Segundo as teorias de Piaget, podemos classificar o desenvolvimento cognitivo em diversas etapas. Na educação infantil passamos por duas: Sensório-motora  que vai do nascimento aos 2 anos de idade. Nesta fase a criança utiliza basicamente os sentidos para conhecer o mundo. Tudo aqui acontece por reflexos e a criança leva tudo à boca; Pré-operatória que vai dos 2 aos 7 anos onde a criança começa a adquirir noções de tempo e espaço. Ainda não há raciocínio lógico e as ações para ela são irreversíveis. 

Uma criança que morde um colega até aos 2 anos de idade, não pode ser rotulada como agressiva. Nesta idade ela ainda não sabe usar a linguagem verbal e a linguagem corporal acaba por ser o meio mais eficaz de chamar atenção. Aqui a criança é egocêntrica, e acredita que o mundo existe em função dela.  
Entre crianças menores, é comum que as brigas estejam relacionadas com a disputa de território, de posse ou de atenção do pai, da mãe ou do educador/professor - o que não carateriza o bullying.

Quando uma criança morde ou empurra o seu colega, a sua intenção é obter o mais rápido possível o objeto desejado, visto que, não consegue verbalizar de forma coerente. 
Esta fase é natural, mas que fique bem claro, que o adulto não pode ficar de «braços cruzados», como simples observador, e sim agir quando necessário, evitando que as crianças se magoem, começar por explicar que tal atitude é errada. 

Por volta dos 2 anos de idade, há uma primeira tomada de consciência de «quem sou eu», separada de outros objetos, como a mãe.

Entre os 3 anos de idade a criança já adquiriu um bom vocabulário e começa a descobrir o prazer de brincar e de comunicar com o outro. O egocentrismo começa a desaparecer e a socialização inicia-se. Começam a identificar-se como um indivíduo diferente do outro, sendo possível que a criança seja alvo ou vítima de bullying. Esta conduta será mais frequente no momento em que estabelecer uma relação entre os pares, no dia-a-dia.

Já aos 4, 5 e 6 anos, alguns comportamentos de discriminação podem ser vistos como repetitivos. Por exemplo, se uma criança apresentar alguma particularidade, como não conseguir segurar o «xixi», e os colegas segredarem a situação ou lhe derem algum apelido para ofendê-la constantemente, trata-se de um caso de bullying. 

Será necessário diferenciar as vivências que a criança tem na família e na escola, onde ocorrem os comportamentos agressivos. Em casa, via da regra, a criança é sempre querida, amada e compreendida, o que não acontece no convívio social onde necessita de conquistar os amigos e inserir-se no grupo.

Muitas crianças recebem apelidos relacionados com os aspetos físicos e de desempenho (gordo, burro, chato, caixa de óculos...etc). Aqui o papel do educador/professor é essencial ao identificar e trabalhar com esses aspetos evitando que se repitam. 

A dramatização é uma ferramenta maravilhosa para fazer com que as crianças representem papéis. Essencial ainda para discutir sempre as experiências depois da dramatização. 

Criar regras elaboradas em conjunto também é uma ferramenta eficiente. Quando as próprias crianças criam as regras elas ganham um significado maior e têm um grande impacto nas ações.

Deve-se também trabalhar os valores morais éticos como a solidariedade, a partilha, cooperação, amizade, entre outros. Se o educador/professor criar um ambiente com atividades prazerosas durante o período de aula, a probabilidade de que comportamentos agressivos apareçam é muito menor.

A personalidade da criança forma-se aos 6 anos de idade e por isso, toda a sua experiência e qualidades vividas nesta fase são fundamentalmente importantes. Por mais que, às vezes, possa parecer ineficaz, o elogio, o afeto, o prazer e a compreensão tendem a resultados mais rápidos e mesmo stressantes do que o castigo, o sofrimento e a indiferença.

É muito importante detetar e combater o comportamento agressivo ainda na primeira infância, pois quando a criança não encontra obstáculos ou alguém que a alerte de que não é um comportamento adequado, ela irá perceber que consegue lidar e tirar proveito destas situações e no futuro certa,mente tornar-se-á um agente do bullying e muito provavelmente um adulto violento. 

Concluindo:

Percebemos que o bullying é um problema mundial, universal e preocupante, que para ser combatido será necessário estarmos todos atentos, pois ele pode passar despercebido aos nossos olhos, causando problemas físicos e psicológicos nas crianças/adolescentes/adultos que são alvo de bullying.
Sendo assim, será recomendável que o educador/professor aperfeiçoe a sua metodologia e tome mais conhecimento do problema que é o bullying. Outra sugestão seria o aumento de reuniões/encontros com os pais-filho, família-escola e, principalmente, aluno-aluno.

«A Educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida.» (John Dewey)




                











segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Bullying não é Brincadeira...




O Bullying é uma situação que se carateriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas.
O termo Bullying teve origem da palavra «bully», que significa valentão.Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação e humilhação.
O bullying pode ocorrer em qualquer contexto social, como escolas, universidades, famílias, vizinhança ou, até mesmo, em locais de trabalho. O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa.

Além de um possível isolamento ou queda do rendimento escolar, crianças e adolescentes que passam por humilhações racistas ou difamatórias podem apresentar doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que vai influenciar a personalidade. Em alguns casos extremos de bullying, chega mesmo afetar o estado emocional de tal maneira que muitas das vezes a vítima opte por soluções mais trágicas, como por exemplo o suicídio.


Por que ocorre?
O autor do bullying atinge o colega com repetidas humilhações. É uma pessoa que não aprendeu a transformar a raiva em diálogo e para quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar de agir. Pelo contrário, sente-se satisfeito com a opressão do agredido, supondo ou antecipando o quão doloroso será aquela crueldade vivida pela vitima. 
Contudo o agressor promove o bullying porque:

  • quer ser o mais popular;
  • quer sentir-se o poderoso;
  • quer obter uma boa imagem de si mesmo perante todos os que o admiram.
Juntando o agressor e a vítima, quem assiste também participa no bullying. É comum pensar que há apenas dois envolvidos no conflito, mas não é verdade. Quem assiste mesmo que não faça parte do ato de bullying, não sai em defesa da vítima, tem um comportamento passivo, podendo ocorre por medo de poder vir a ser um alvo de ataque ou por falta de iniciativa para tomar partido.
Também são considerados quem assiste os que atuam como plateia, os que reforçam a agressão, os que riem ou os que incentivam o ato através de palavras. São estes que passam a mensagem através de imagens (vídeos), partilhando as mesmas na Internet, tornando-os os coautores. 

O alvo do bullying costuma ser uma criança/adolescente com baixa auto-estima e que se sente retraído tanto na escola como no seu ambiente familiar. Devido a estas caraterísticas, dificilmente o alvo consegue reagir. Aqui entra a repetição do bullying, pois se o aluno procura ajuda, a tendência é que a provocação acabe. 
Além dos dos traços psicológicos, os alvos deste tipo de violência costumam apresentar particularidades físicas. As agressões podem ainda abordar aspetos culturais, étnicos e religiosos. Pode também acontecer a um aluno que tenha ido para uma nova escola ou que seja bonito, podem acabar por ser perseguidos pelos colegas.

O alvo que sofre de bullying, principalmente quando não pede ajuda, enfrenta medo e vergonha de ir à escola. Pode querer abandonar a escola, não se achar bom para integrar o grupo e apresentar baixo rendimento escolar.
Sabe-se que uma percentagem das vítimas nunca procuram ajuda ou nunca falam sobre o problema, nem mesmo com os colegas. Muitas das vezes as vítimas chegam a concordar com a agressão, dizendo: «Se sou gorda, por que vou dizer o contrário?».
Os que podem reagir alternam momentos de ansiedade e agressividade. Para mostrar que não são covardes ou quando se apercebem que os seus agressores ficam impunes, os alvos podem escolher outras pessoas mais indefesas e passam a provocá-las, tornando-se alvo e agressor ao mesmo tempo.

Tanto a agressão física ou a emocional são graves e causam danos ao alvo do bullying. 
Por ter consequências imediatas e facilmente visíveis, a violência física muitas das vezes é considerada a mais grave do que insultar, embora a emocional deixe muitas marcas psicológicas até ser adulto, o que prejudica o desenvolvimento da personalidade do alvo do bullying.

Por vezes perguntam-me se existe alguma diferença entre o bullying praticado por rapazes e raparigas. De modo geral, existe algumas diferenças. O comportamento dos rapazes é mais expansivo e agressivo, mais fáceis de identificar. Eles gritam, empurram e batem.
Já no universo feminino o problema apresenta-se através de boatos, olhares e exclusão. As raparigas raramente dizem que o fazem. Quem sofre não sabe o motivo e sente-se culpada. Agem dessa forma porque a imagem que a sociedade espera delas é de serem boas raparigas, dóceis e passivas. Para demonstrar qualquer sentimento contrário utilizam meios mais discretos. Tenho de admitir que as raparigas também sentem raiva. A agressividade é natural do ser humano. Contudo, começamos a presenciar agressões físicas por parte das raparigas, com o objetivo de popularidade.

Se estamos num ambiente escolar, pode surgir bullying dentro da sala de aula. Caso surja uma situação no género, a intervenção deve ser imediata. O professor pode identificar os autores do bullying: autores, espectadores e os alvos. Será necessário distinguir o limiar entre uma piada aceitável e uma agressão. 
Conselhos possíveis:
  • incentivar a solidariedade, a generosidade e o respeito às diferenças por meio de conversas, campanhas de incentivo à paz e á tolerância, trabalhos didáticos, como atividades de cooperação e interpretação de diferentes papéis em um conflito.
  • desenvolver em sala de aula um ambiente favorável à comunicação entre alunos.
  • quando algum aluno fizer queixa de ser alvo de bullying, o professor deve procurar a direcção da escola e expor a situação.
Pode surgir dentro, como também pode surgir fora da sala de aula. O professor é um exemplo fundamental de pessoa que não resolve problemas com violência. 
Não adianta, pensar que o bullying é só um problema dos encarregados de educação quando ocorre do na escola. É papel da escola construir uma comunidade na qual todas as relações são respeitadas. Deve-se consciencializar os pais e os alunos sobre os efeitos das agressões fora do ambiente escolar, como por exemplo: Internet.
A intervenção da escola não passa pelo agressor e pela vítima, mas também passa dos que assistem ao bullying de forma pacífica. 

Podemos considerar o professor também um alvo de bullying?
Conceitualmente, não, pois, para ser considerado bullying, é necessário que a violência ocorra entre pares, como colegas de escola ou de trabalho. 
O professor pode sofrer outro tipo de agressões, como injurias, difamação ou físicas, por parte de um ou mais alunos. Mesmo não sendo entendida como bullying, trata-se de uma situação que exige reflexão sobre a convivência entre os membros da comunidade escolar. Quando as agressões ocorrem, o problema está na escola como um todo.
O professor é a autoridade na sala de aula, mas essa autoridade só é legitima como reconhecimento dos alunos em relação ao respeito mútuo.

Podemos falar de algumas atitudes para que o bullying possa vir a ser evitado, proporcionando um ambiente saudável na comunidade escolar:

  • conversar com os alunos e escutar atentamente as reclamações ou as sugestões.
  • estimular os alunos a informar casos de bullying.
  • reconhecer e valorizar as atitudes dos alunos no combate ao problema.
  • criar com os alunos regras de disciplina na sala de aula.
  • estimular lideranças positivas entre os alunos, prevenindo futuros casos.
  • interferir diretamente nos grupos, o quanto antes, para quebrar a dinâmica do bullying.
O 1.º passo é admitir que a escola é um local passível de bullying, sendo necessário informar os professores e alunos sobre o que é o problema e deixar bem claro que o estabelecimento de ensino não admitirá a prática de bullying.
A escola não deve ser apenas um local de ensino formal, mas também de formação cívica de direitos e deveres, amizade, cooperação e solidariedade. Agir contra o bullying é uma forma barata e eficiente de diminuir a violência entre os alunos e na sociedade. 

Quando os alunos envolvidos num caso de bullying, o foco deve voltar-se para a recuperação de valores essenciais, como o respeito pelo que o alvo sentiu ao sofrer a violência. 
A escola não deve legitimar a atuação do autor da agressão, nem humilhá-lo ou puni-lo com medidas não relacionadas ao mal causado, como por exemplo: proibi-lo de frequentar o intervalo. 
Já o alvo precisa de ter a autoestima fortalecida e sentir que está num lugar seguro para falar sobre o que aconteceu. É preciso consciencializar a quem assiste ao bullying que acaba por «adoçar» a ação do autor. A exibição de filmes que retratam o bullying pode ajudar no trabalho. A partir do momento que a escola fala com quem assiste à violência, o público irá parar de «aplaudir o espetáculo« e o autor começa a perder a fama, a popularidade. 

O que mais me entristece é quando os autores do bullying escolhem outro tipo de alvos. Alvos estes inofensivos, que não sabem como se defender. Estou a falar dos alunos com deficiência.
Deve-se conversar abertamente sobre a deficiência, tendo de ser uma ação quotidiana na escola. O bullying contra alunos com deficiência costuma ser estimulado pela falta de conhecimento sobre as deficiências, sejam elas físicas ou intelectuais, e, por vezes, pelo preconceito trazido de casa.
É normal os alunos reagirem negativamente diante de uma situação desconhecida e diferente. Cabe ao professor estabelecer limites para essas reações e procurar erradicá-las  não pela imposição, mas por meio de consciencialização e esclarecimento. 

Não se trata de estabelecer vítima e culpados quando o assunto é o bullying. Isto só reforça uma situação polarizada e não ajuda em nada a resolução dos conflitos. Melhor do que culpar o aluno e vitimar o outro é desatar os «nós» da tensão por meio do diálogo. A violência começa em tirar do aluno com deficiência o direito de ser um participante do processo de aprendizagem. É tarefa dos professores oferecerem um ambiente agradável para todos, especialmente os que a deficiência, se desenvolva, com respeito, harmonia e aceitação.

A tarefa mais difícil neste processo é quando existe a necessidade de conversar com os encarregados de educação sobre o bullying.
O 1.º passo será necessário mediar a conversa e evitar o tom de acusação de ambos os lados. Este tipo de abordagem não irá mostrar como o outro se sente ao sofrer bullying. Deve ser sinalizado aos pais que alguns comentários simples, que julgam até ser inofensivos e divertidos, são carregados de ideias preconceituosas. 

O ideal é que a questão da reparação da violência passe por um acordo conjunto entre os envolvidos, no qual todos consigam ver em que ponto o alvo foi agredido para, assim, restaurar a relação de respeito. 
Muitas vezes, a escola trata de forma inadequada os casos que são relatados por pais e alunos, responsabilizando a família pelo problema. É o papel dos professores sempre criarem um diálogo com os pais sobre os conflitos - seja o filho alvo ou autor do bullying, pois ambos precisam de ajuda e apoio psicológico. 

No inicio falei que no bullying pode surgir casos extremos. A primeira ação deve ser mostrar aos envolvidos que a escola não tolera determinado tipo de contudo e por quê. Nesse encontro, deve-se sempre abordar a questão da tolerância ao diferente e do respeito por todos, inclusive com os pais dos alunos envolvidos.
Mais agressões ou ações impulsivas entre os envolvidos podem ser evitadas com espaços para o diálogo. Uma conversa individual com cada um funciona como um desabafo e é função do professor mostrar que ninguém está sozinho.
Os alunos e os pais têm a sensação de impotência e a escola não pode deixá-los abandonados. É mais fácil responsabilizar a família, mas isso não irá contribuir para resolver o problema/conflito.
A conversa com todos os envolvidos não pode ser feita em tom de acusação. Deve-se pensar em várias maneiras de mostrar como o alvo do bullying sente-se com a agressão e chegar a um acordo em conjunto. E, depois de alguns dias, dever-se-à perguntar como está a relação entre os envolvidos.

O bullying é um problema sensível, pois envolve alunos que convivem numa comunidade, será necessário a união da comunidade escolar e da família, para que a prevenção seja eficaz. 


domingo, 11 de outubro de 2015

Educação Social - Trabalhar em Equipa



Trabalhar com equipas, quer seja como líder de uma única equipa quer seja como diretor de várias. O trabalho em equipa está rapidamente a tornar-se uma prática em muitas organizações, em que as hierarquias tradicionais associadas dão lugar a métodos de trabalho simples e de múltiplas capacidades.

O trabalho de equipa é a base de toda a gestão bem sucedida.Gerir bem equipas é um desafio importante e estimulante para qualquer líder.A verdadeira equipa é uma força dinâmica e em constante mudança, na qual determinadas pessoas se reúnem para trabalhar. Os membros da equipa discutem os seus objetivos, avaliam ideias, tomam decisões e trabalham em conjunto para atingir os seus fins.

Existem inúmeros tipos de equipas, formais e informais, cada um deles adequado a executar determinadas tarefas. Os líderes das equipas precisam de entender claramente os objetivos e as metas, para poderem adequar as tarefas ao estilo mais apropriado da equipa.

Numa equipa eficaz, cada membro conhece bem o seu papel.Ao mesmo tempo que eles têm os seus próprios pontos fortes, capacidades e funções, também devem contribuir para a «união» da equipa. Faz parte das funções do líder, ou então do diretor principal fazer com que isso aconteça.

Adquirir a mistura certa de experiência de uma equipa pode ser mais difícil do que encontrar as técnicas básicas, mas é vital que a equipa seja eficaz. Incentivar cada um dos membros a dar o seu contributo individual, tanto a nível pessoal como a nível técnico. 

Organizar uma equipa é a primeira tarefa de um líder. Certificar de que a equipa tem um objetivo definido e recursos suficientes para atingi-lo. Ser franco e imparcial no tratamento para com os membros.

Para que serve um equipa? A pergunta pode parecer óbvia, mas o tempo dispensado, no início de um projeto, a definir os objetivos da equipa é crucial para um resultado bem sucedido. Certificar de que definir claramente os assuntos que a equipa precisa de resolver, é o primeiro passo para o sucesso de uma equipa.

Um certo grau de independência é essencial num trabalho de equipa bem sucedido, no entanto poucas equipas são capazes de aguentar-se sozinhas. Fomentar boas relações e sistemas de apoio dentro da organização, que satisfaçam as necessidades da equipa.

A caraterística mais essencial do trabalho bem sucedido é a confiança. As equipas esforçam-se por obter confiança mútua, por isso ela deve ser estabelecida logo no início de vida de uma equipa. Promovê-la através da delegação, troca de ideias, abertura de conduta e comunicação.

É vital que todos trabalhem em conjunto para maximizar o desempenho da equipa.Atribuir às pessoas total responsabilidade pelas suas funções e dar-lhes poderes para executar e aperfeiçoar o seu próprio trabalho de maneira que optimizar a contribuição para toda a equipa. 

As equipas em autogestão são mais independentes do que as outras equipas. Encontram-se cada vez mais em organizações que simplificaram as suas estruturas eliminando os níveis de gestão média e controlo, à medida que reformaram as suas práticas laborais. 

Controlar uma equipa já estabelecida é um desafio. Enquanto partilha o processo de aprendizagem com uma equipa em formação, uma tomada de direção exige provas imediatas da sua capacidade para assumir o controlo e reconhecer os pontos fortes da equipa.

As equipas só se tornam devidamente eficientes quando toda a gente aprende a trabalhar em conjunto. Todos precisam de compreender a dinâmica da equipa, para assegurar o sucesso da equipa.
Os bons líderes de equipa tiram o máximo partido dos recursos humanos ao dispor. Para fazer isto, precisará de compreender cada membro do grupo, conhecer as alterações de comportamento dentro da equipa e como as reações individuais variam em diferentes etapas do desenvolvimento.

Os fortes elos de comunicação são vitais para o bem-estar de uma equipa. Os elos mais eficazes ocorrem naturalmente - por exemplo, numa conversa informal - mas precisarão de ser complementados pela nova tecnologia. Escolher o método mais apropriado que se adeqúe à equipa.

Tornar eficazes as reuniões de equipa é um teste importante às capacidades de liderança. A chave para efetuar uma reunião produtiva é envolver ativamente todas as pessoas nos procedimentos. Assegurar de que os membros da equipa compreendam a finalidade de cada reunião e o que se pode esperar dos mesmos.

Todas as equipas, qualquer que seja a sua finalidade, dependem, em grande parte, de uma boa estrutura de recursos. Utilizar ao máximo as ligações formais e as informais, tanto dentro como fora da organização, para fornecer um apoio valioso para a sua equipa.

Nenhuma pessoa ou equipa é uma ilha. As informações nos dois sentidos que fazem a ligação entre a equipa, o resto da organização e o seu apoio externo são vitais para a eficiência. Todos deverão lembrar-se de que a colaboração e a cooperação são retardadas pela ausência da comunicação franca.

Sem ideias novas, as equipas não têm muitas probabilidades de preencher as lacunas que geram o verdadeiro sucesso. O pensamento criativo é uma responsabilidade da equipa, em que todos os membros devem participar. Desenvolver o pensamento criativo em equipas através de muita formação e prática. 

Os membros da equipa não se limitam a resolver problemas - eles também os criam. É vital existir lealdade entre os membros da equipa para que todas as dificuldades, quer sejam pessoais, profissionais ou processuais, possam ser resolvidas antes de minarem o espírito coletivo da equipa.

Qualquer abordagem sistemática para melhorar o desempenho precisa de desafiar os processos de trabalho existentes. As equipas que procuram melhorar têm que aprender a criar as suas próprias tarefas, tentar resolver problemas, definir soluções e implementar as suas decisões com confiança.

Identificar novos desafios para uma equipa determinada é um dos aspetos mais excitantes do trabalho em equipa. Utilizar técnicas apropriadas para impulsionar a equipa na direção de maiores e melhores objetivos.
Se algo não puder ser avaliado, então não pode ser melhorado. Este princípio básico aplica-se a qualquer profissão e função. Definir padrões individuais e de equipa - de forma que eles sempre cumpram os prazos, por exemplo -para fornecer um objetivo modelo pelo qual o desempenho possa ser julgado.

Uma boa equipa está consciente da necessidade de permanecer dinâmica.Rever a evolução regularmente para manter a força viva, fornecer uma panorâmica geral e pedir aos membros da equipa, para definirem aspetos específicos do projeto que possam ser aperfeiçoados no futuro.

A formação ajuda a melhorar as capacidades técnicas dos membros da equipa e a desenvolver as relações empresariais e interpessoais dentro da equipa. Rever e requalificar constantemente as capacidades da equipa para combater com sucesso os desafios atuais e futuros, daí a formação constante ser um elo muito importante para a continuidade do trabalho de equipa.

Os objetivos são vitais para todo o processo do trabalho de equipa, sem eles não haveria cooperação. Servem também para fomentar o trabalho de equipa e o consenso. Motivam as equipas permitindo que elas decidam sobre a forma de atingir os mesmos. Uma equipa sem objetivos vai mostrar um desempenho inferior a outra que os tem. É necessário assegurar de que os objetivos da equipa entusiasmem os elementos, caso contrário, será necessário avaliar os objetivos e mudá-los.

Resumindo, a visão que sustenta uma equipa unida não termina com a tarefa em curso. Considerar o futuro da equipa tanto como grupo mas também individualmente, à medida que a evolução da carreira de cada membro é afetada pela sua experiência e sucesso dentro da equipa. É essencial continuar com o trabalho e pensar que todos os que fazem parte da equipa são importantes, a valorização pessoal e profissional é muito importante para que a equipa funcione e trabalhe de forma saudável.
Nunca devemos esquecer que um equipa é formada por pessoas todas elas diferentes, com ideais, ideias e opiniões diferentes, aproveitar o potencial de cada uma é alargar o conceito de equipa. 
Qualquer que seja a profissão,o trabalho de equipa é essencial e necessário, deve-se continuar a trabalhar para um melhor desempenho, para também prestar um bom serviço, qualquer que seja o profissional.