sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Educador Social - Escolher a própria trajetória

Todos somos, pessoalmente, responsáveis por fazermos com que a nossa vida seja realizada, completa e de qualidade, dependendo sempre das nossas escolhas. 


Possuímos, por natureza, capacidades para elaborar um auto-conceito, de pensar sobre nós próprios, fabricar uma imagem sobre os nossos interesses, valores, capacidades, que orientam e guiam o nosso comportamento e que, por vezes, também nos bloqueiam no investimento que realizamos.

Por exemplo:
Maria (nome fictício) tímida tem sobre si própria uma imagem negativa das suas capacidades e potencialidades, e preocupa-se demasiado sobre o que os outros vão pensar dela; pensa, sobretudo, que a vão rejeitar, o que a leva a «desinvestir», com frequência, de uma relação de amizade, devido aos seus pensamentos demasiado negativos. Isto implica que a não experiência a vai colocar numa situação de arriscar, com medo da rejeição,o que provavelmente, pode nem chegar a acontecer.

Também, os outros podem influenciar «no que eu penso sobre mim mesmo».

Por exemplo: 
Dinis (nome fictício) é um aluno na fase final dos seus estudos, com grande vontade de terminar a sua formação. Contudo, possui pouca auto confiança nas suas capacidades. Tanto ele como os seus pais «pensam» que ele é um fracasso (mesmo que não o verbalizem). O seu pensamento contribui para um alto grau de ansiedade nos exames, portanto, tem mais probabilidades de insucesso. 

Em suma, os pensamentos negativos são ineficazes, sabotando, normalmente, a nossa realização e bem estar, quer pessoal quer profissional.

Se nos concentramos nas nossas verbalizações interiores, se  controlarmos a forma como pensamos, podemos lidar com maior facilidade com a angustia, a depressão, a fúria e o excessiva ansiedade. 

No fundo, somos donos de nós próprios, se pensarmos mais eficazmente e, consequentemente, investimos em situações que melhoram a nossa satisfação, optando menos frequentemente por formas pouco eficazes de pensar e agir.

Neste sentido, se o Educador Social for treinado ou ensinado a perceber a si próprio e a perceber os outros de forma concreta e cuidadosa, pode prevenir e evitar conflitos. Quando tal, não for possível, pode adotar estratégias de lidar os conflitos de uma forma construtiva. 

Assim sendo, o objetivo do Educador Social será, pois, o de adquirir «skills»(competências), para lidar com as dificuldades que são geradas, sobretudo, pelo pensamento crítico. O pensamento é uma parte integrante do ser humano, e para maximizar a realização e bem estar do outro, é necessário treinar e obter um repertório de «thinking skills» (competências de pensamento) - eis uma nova imagem do Educador Social. 

O Papel do Educador Social


O que é a Educação Social?
Quem é o Educador Social?
Qual o Papel do Educador Social?

Estas são algumas das perguntas que nos fazem quando somos chamadas a uma entrevista. 


A Educação Social segundo a Universidade de Santiago de Compostela, «é um amplo conjunto de iniciativas, experiências e práticas educativas que se contextualizam em diferentes realidades sociais (grupos, instituições, comunidades,etc), promove ações socioeducativas de natureza complexa e interdisciplinar. Em geral, pretende contribuir para o desenvolvimento integral das pessoas e da convivência social, enfrentando necessidades e problemas que surgem na vida quotidiana. Como prática pedagógica inscreve-se nas realidades sociais, com objetivos e critérios metodológicos próprios de um trabalho social refletivo, critico e construtivo, mediante processos educativos orientados à transformação das circunstancias que limitam a integração social das pessoas, uma melhoria significativa do bem estar coletivo e maior qualidade de vida. Como prática educativa multidimensional, articula-se em diferentes âmbitos e áreas de atuação, entre as que ocupam um lugar de preferenciais àquelas que se relacionam com a educação especializada, o tempo livre, animação sociocultural, a educação permanente e o desenvolvimento comunitário e a formação laboral».


A Educação Social é mais do que palavras, são seres humanos especializados a trabalhar para outros seres humanos com obstáculos sociais que necessitam de uma ponte ou de um caminho. É um projeto estruturado em constante mutação, com o objetivo de ajudar o individuo dentro de uma determinada comunidade, utilizando todos os meios disponíveis.


Normalmente, comparo a Educação Social com um bolo de casamento de três camadas distintas: a transformação, a integração e a ética. Todas estas camadas formam a Educação Social, a Identidade do Educador Social. 



Ora vejamos, o Educador Social é um nato transformador de projetos com o objetivo de promover a mudança. É integrador pois trabalha com uma equipa multidisciplinar, ou seja, um autentico mediador social. É ético pois vive de valores humanos, valores estes que farão parte da essência humana. 



O Educador Social é um Trabalhador Social dinâmico, que trabalha em parceria com uma equipa, visa o bem estar do outro. Se alguém pensa que o Educador Social consegue trabalhar sozinho, é totalmente errado. Se lidamos com seres humanos, com sentimentos, com angustias, nunca conseguimos trabalhar sozinhos...seria irracional, seriamos pedras perdidas no caminho...Somos feitos para amar e ajudar o outro...mesmo que seja um caminho muito doloroso...mas no fim deste caminho ter a sensação de que se fez algo e este algo mudou um individuo ou até mesmo uma comunidade, acreditem é maravilhoso. Este é o Educador Social - um trabalhador, um transformador, um integrador, um ético, um pedagogo, um mediador, um reflexivo. 



Quando alguém vós perguntar: O que é a Educação Social?, Quem é o Educador Social?, Qual o Papel do Educador Social? - respondam: O Educador Social é multidimensional da Educação e do Social, é um profissional de referência, é um ator, um educador, um mediador que visa a elaboração e a concretização de projetos de vida com o objetivo de integrar o ser humano.