terça-feira, 22 de setembro de 2015

Socorro, onde pára a Família?

O que é a família?
Há múltiplos pontos de vista e diferentes definições para o conceito de família.
Primeiro temos de considerar que os laços de sangue, serão definidos como uma família extensa, onde estariam: avós, tios, primos e depois temos a família conjugal: esposos e filhos, e em alguns casos, os avós.
A união de um casal e a sua coexistência com os filhos não é por si só uma família. Constituem de uma família um pai, uma mãe e os filhos com um ente muito particular que é o Lar.É aqui que se cria um equilíbrio entre o amor, a autoridade, a solidariedade e a rivalidade. 

A família é o pilar da vida que rodeia o individuo e/ou indivíduos, é a forma básica da estrutura social, que questiono devido à complexidade. Diz-se que a família está em crise, havendo uma perda de valores que envolve a família. Quase se pode dizer que não será a família que está em crise mas sim os valores que deviam fazer parte da mesma. 
Com a evolução social, económica, tecnológica, política e ,até mesmo religiosa, a família não consegue acompanhar toda a evolução ao ritmo do mundo.A família começou a viver cada um para os seus umbigos.

Qual o futuro da família?

A resposta é difícil, isto porque dentro da família existem indivíduos com personalidades diferentes, o que dificulta o caminho que ela terá de percorrer, sendo este muito doloroso e penoso. 

Acredito que existem três tipos de família:a autoritária, a liberal e a «top».

A família autoritária, é a tradicional, onde a autoridade, predeterminação dos papéis e o sacrifício da individualidade das pessoas não existe. A imagem da autoridade é o homem: marido/pai. 
Aqui os direitos não são valorizados, mas sim os deveres de todos os elementos da família, caso vá contra as regras, a penalização será dura. Este tipo de família pode prejudicar a evolução da personalidade dos elementos. Estes valores autoritários serão transmitidos ás gerações seguintes, até que a corrente poderá vir a ser cortada.

A família liberal é a típica família que regras e normas não existem, se existem não são aplicadas ou então não são transmitidas. 
É a família mais complexa e mais difícil de fazer entender que o caminho que estão a percorrer em relação aos filhos não é o mais correto. Podendo utilizar a frase tipo:«São meus filhos, eu sei os educar e não será ninguém de fora que o me vai ensinar. Estão bem educados!». 

Neste tipo de família o mais fácil será os filhos se auto educarem, pois educar os filhos é uma tarefa  difícil, requer tempo e paciência. 
Há que deixar as crianças fazerem o que desejam ou então ao mínimo sinal de birra há que dar o que eles querem, pois assim «calam-se e não chateiam». 
Como por exemplo: «Se passares de ano, dou-te o jogo/telemóvel (por ai fora) que andas a pedir». Vamos lá ver, pergunto: Não será a obrigação das crianças/adolescentes trabalharem para ter resultados na escola? Caso não tenham os resultados esperados não será a obrigação dos pais ajudá-los a tê-los? 
É muito mais fácil dar do que trabalhar com os filhos. Resposta possível dos pais:«Saiu cedo, chego tarde e não tenho tempo para os ajudar». País um conselho: Se investissem na educação dos filhos, poupariam muitos euros e não haveria necessidade de andar a gastar dinheiro em produtos que não o vão ajudar, mas sim torná-lo mais materialista e manipulador. Isto não é Educar, isto é facilitar. 

Tenho observado este tipo de comportamento, que não é saudável para as crianças/adolescentes, sendo ele um reflexo na escola, no infantário, nos centros públicos. 
A função dos pais é dar educação transmitindo aos seus filhos as regras e os valores. Provavelmente, alguns pais diriam: «Não tenho tempo para educar e transmitir valores». Caros pais, tempo existe quando se trata dos NOSSOS filhos. É mais uma desculpa para não se darem ao trabalho de educar.

Ao longo, do meu percurso profissional:
Conheci pais, que se pudessem colocavam os filhos até ao domingo nos centros de estudo/amas só para não os aturar. 
Conheci pais que acham que os professores e educadores, devem educar os filhos e que «nós»(professores e educadores) somos responsáveis pelo mau comportamento dos filhos na escola. 
Conheci pais que tratam os filhos adolescentes como se tivessem 1 ano de idade, o que infantiliza a criança no seu crescimento.
Conheci pais mentirosos que transmitem essa mesma «regra», se podemos chamar de regra, aos filhos como se fosse algo de maravilhoso.
Conheci pais que não dão valor aos filhos, dizendo que vieram ao mundo por engano.
Conheci pais que são educados pelos filhos, ou seja, são os filhos que impõem as regras.
Conheci filhos que são os pais, absolutamente mal criados com os pais, mesmo ameaçam os pais em frente aos professores/educadores.
Conheci pais arrogantes e sem qualquer tipo de conduta educativa.
Conheci pais que transmitem aos filhos:«Se o professor te reprimir, deves dar resposta». 
Conheci pais que se preocupam com os filhos de forma correta e saudável.

Nem tudo é mau no meio destes pais. 

Este artigo não é uma «lição» de como os pais devem educar os seus filhos, mas mostrar que a educação é fundamentalmente importante que seja dada em casa, não são professores, educadores e auxiliares que o vão fazer, a responsabilidade é dos pais de o fazerem.

A Educação é muito importante para os filhos no futuro, sem ela, o caminho que os filhos farão poderá ser um caminho doloroso e a responsabilidade é só dos pais.  

Agora suponhamos que podemos juntar a família autoritária e a família liberal, o que poderá originar? Poderia originar aquela a que chamo de família «top». Esta família sabe estabelecer regras e valores, recriminando e castigando na hora certa, e justificando o porquê do castigo.
É uma família que respeita o outro pela sua individualidade, respeita o espaço, as regras e as normas são ensinadas de forma a que o individuo entenda a sua essência de forma saudável e correta. 
Existe liberdade responsável. Ou seja, os filhos têm liberdade de fazer algo, mas caso não corra como esperado serão responsabilizados pelos atos. 
Este tipo de família existe. O trabalho para que tudo funcione é muito mais trabalhoso, requer tempo e paciência, para que a Educação e a transmissão de valores seja reconhecida como um bem valioso. 


Portanto,a família poderá ser um ambiente de amor e serve de refúgio contra os problemas do dia a dia. Ela é algo único e insubstituível, extremamente necessário para a formação do ser humano, passando pela dedicação da educação e transmissão de valores em casa, no Lar, só assim poder-se-á criar gerações saudáveis e fortes, que saibam respeitar a si próprio e o outro. 


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